Treino em Barcelona

Consciente de que ganhar em Barcelona e esperar que a Juventus não ganhasse em Atenas era uma missão praticamente impossível, Jorge Jesus resolveu poupar alguns dos titulares do Sporting e correu sérios riscos ao apostar naquela coisa dos três centrais, mesmo que em termos práticos se possa dizer que a estratégia até resultou, pois ao intervalo estava zero a zero.

No entanto a verdade é que o Sporting foi claramente uma equipa inconfortável naquele figurino, com a agravante de praticamente ter jogado com menos um jogador, pois Alan Ruiz para além de ser um peso morto, não tem características para desempenhar o papel que lhe foi atribuído.

A primeira meia hora foi mesmo confrangedora, pois a equipa pura e simplesmente não conseguia ter bola, valeu que o Barcelona também meteu folga e apesar de atacar muito, fê-lo sempre devagar, de tal forma que só há a registar uma oportunidade clara de golo, que Rui Patrício resolveu com a classe do costume, num tipo de jogada em que ele é mesmo um dos melhores do mundo.

Nos últimos 15 minutos da 1ª parte o Sporting lá conseguiu esticar um pouco o seu jogo,  mas a conclusão que se pode tirar desta invenção de Jorge Jesus, é que a equipa não está preparada para jogar assim e tirando Cristiano Piccini que se safou muito bem num lugar que não é dele e Marcos Acuña e Jérémy Mathieu que já jogaram naquele sistema várias vezes, o resto andou um bocado à nora, pelo que o intervalo foi recebido com um suspiro de alívio.

No recomeço Jorge Jesus resolveu tirar dois dos jogadores que mais dificuldades tinham mostrado naquele 5x4x1, ou 3x6x1 e meteu o seu "baixinho" e o "grandalhão", mantendo no entanto o esquema de jogo. O Sporting melhorou, ou pelo menos começou a jogar futebol, porque Gelson Martins mexeu logo com aquilo tudo, ou não fosse ele o jogador com mais razões para querer dar nas vistas, mas curiosamente foi ele que não chegou ao cruzamento do qual resultou o golo do Barcelona, quando o outro baixinho se aprestava para entrar, pois Valverde já não estava a gostar muito da brincadeira. É aquela história da manta curta, que castigou um Gelson Martins a quem não se podia pedir tanto.

A perder Jorge Jesus lá regressou ao modelo de jogo habitual deste Sporting e Bas Dost teve duas excelentes oportunidades de golo, que mostraram que o Sporting também era capaz de jogar alguma coisa, principalmente frente a um Barcelona como este. Só foi pena aquele segundo golo que deu um colorido exagerado ao resultado e já agora o primeiro, que chegou na altura errada, mesmo antes da entrada de Messi, que assim já não teve de ganhar o jogo e o mais que fez foi obrigar Rui Patrício a outra grande defesa.

No fim pode-se dizer que foi um bom treino e agora venha o sorteio da Liga Europa e desde que não calhe um Nápoles ou um Dortmund, a obrigação do Sporting será sempre seguir em frente, pelo menos até aonde for possível.

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