Inês Serra Lopes


Andava eu às voltas na internet quando encontrei uma carta aberta aos sportinguistas endereçada por Inês Serra Lopes, uma jornalista que agora tem um canal no youtube e que repentinamente mostrou interesse pelos "futebóis", de tal forma que resolvi responder-lhe, embora esteja convencido que mesmo que ela leia a minha resposta irá apenas assobiar para o lado, que é o que geralmente fazem as pessoas que do alto da sua sapiência se metem em assuntos que não dominam, mas isto no país dos comentadores já ninguém se admira.



Cara Inês vi a sua carta aberta e como sou sportinguista, não sou seu amigo e considero-me uma pessoa decente, julgo ser um dos destinatários da mesma, daí ter resolvido responder.

Começo por lhe dizer que ainda Bruno de Carvalho não era Presidente do Sporting já eu tinha deixado de comprar jornais desportivos, por considerar que eles não respeitam dois princípios fundamentais do jornalismo como são a independência e a imparcialidade. Quanto ao CM nunca comprei, pois aquilo na minha opinião nem é jornalismo. 

No que diz respeito à televisão, como é óbvio vejo os canais e os programas que bem entendo e vou muito para além da Sporting TV, embora também não tenha sido preciso o Dr. Eduardo Barroso abandonar o Prolongamento para que eu deixasse de ver aquele triste programa da TVI, como outros cujos participantes se regem pela mesma cartilha. 

Finalmente e como deve saber, nenhum dos comentadores afectos ao Sporting abandonou os programas onde participam. Portanto como vê a generalidade dos sportinguistas nem precisavam da sua carta para pensarem pela sua cabeça e manifestaram-se quando tinham de se manifestar.

Diz a Inês que liberdade de imprensa é um dos pilares que sustenta a nossa democracia, o que não é mais do que uma daquelas frases feitas com as quais todos estarão de acordo, pelo menos quando lhes dá jeito, mas o que eu não percebo é onde é que o apelo ao boicote à comunicação social feito por Bruno de Carvalho, que resulta da falta de isenção da mesma, choca com esses pilares. Se determinada comunicação social tem o direito de desinformar, nós também temos o direito de não querermos ser desinformados. É a democracia que tanto preza, antes do 25 de Abril é que a comunicação social era controlada pelo governo e não tínhamos o direito à indignação.

Mas uma vez que parece estar tão preocupada com a liberdade de imprensa na área do desporto, faço-lhe um desafio até para que perceba do que estamos a falar: veja o programa Verde no Branco que passou na Sporting TV na passada 5ª feira e desde já a informo que não precisa de ser assinante pois trata-se de um canal aberto que está disponível nas principais operadoras de TV, como a MEO, a NOS ou a Vodafone. A não ser que tenha algum problema em ver a Sporting TV.

Trata-se de um programa de 3 horas, a maior parte das quais ocupadas por Bruno de Carvalho, o que seguramente em nada lhe interessará, pelo que para lhe facilitar a vida, sugiro que veja apenas os poucos minutos que couberam a José Ribeiro, que pode encontrar a partir das 23.23h e 23.05h, ou até neste link do Youtube:


https://youtu.be/3t-X7sjNBbg



 Depois disso, então sim, desafio-a a falar um pouco mais sobre liberdade de imprensa, a não ser que seja uma daquelas para quem apelar ao boicote aos jornais e às televisões, onde o Sporting é diariamente desrespeitado, é pior do que as práticas reveladoras desse desrespeito, quer da parte de quem procura controlar a comunicação social, quer de quem se deixa instrumentalizar e se presta ao papel moço de recados.

Para terminar digo-lhe que ao responder à sua carta, estou também a corresponder aos apelos de Bruno de Carvalho quando pediu mais militância aos sportinguistas como contrapartida aos constantes apelos que recebe no sentido de se expor menos, mas é claro que o fez à sua maneira, ou seja com estrondo, o que para aqueles que ainda não perceberam é uma forma de garantir que a mensagem passa, e resulta de tal forma que até põe gente que nem faz a mínima ideia sobre o que está em causa, a falar do assunto e a espalhar-se ao comprido.

Saudações de um dos muitos sportinguistas que reconhecem e agradecem a liberdade de imprensa, e que se manifestam de acordo com as suas convicções que obviamente não vão de encontro aos seus apelos.


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