As razões de Jesus

Mais um jogo sobre o qual pouco me apetece escrever. Esta equipa parece esgotada, joga pouco, não entusiasma, faz-nos sofrer e embora esteja a ganhar no último suspiro não nos inspira confiança. Eu diria mesmo que uma vitória no Dragão será uma enorme surpresa para a esmagadora maioria dos sportinguistas de tão habituados que estamos a penar.

No final do jogo Jorge Jesus estava furioso com a arbitragem, com os adeptos e com Gelson Martins, o que se percebe. Mas começando pelo fim, por muito que se queira compreender o gesto de solidariedade para com o amigo, não há desculpa para a irresponsabilidade do rapaz, que assim se candidatou à ingrata posição do Bryan Ruiz de 2015/16, pois se o Sporting não ganhar no Dragão este será sempre um "se", que vai pesar sobre a cabeça dele.

Quanto aos adeptos é verdade que assobiaram em vez de apoiar, mas às vezes tem de ser a equipa a puxar por eles, e ultimamente isso não tem acontecido, isto para além de não podermos esquecer os traumas de muitos anos a perder. Eu vi o jogo na casa de um amigo sportinguista, um daqueles que também assobiou, mas perante a fraca produção da equipa não era fácil rebater as críticas dele.

Finalmente a arbitragem e o VAR, que como sabemos está no seu ano zero, que essencialmente tem de ser encarado como um ano de aprendizagem. Sendo assim ontem tivemos um lance que deve ser tido em conta para o futuro do VAR. Refiro-me à expulsão de Radosav Petrovic que por ter resultado de um segundo amarelo não pôde ser revertida pelo VAR, o que na minha opinião tem de ser alterado, porque o espírito que está por de trás do VAR é a correcção de lances que podem ter influência determinante no desenlace do jogo como é o caso das expulsões. Ora uma expulsão é uma expulsão, seja por vermelho directo, ou por segundo amarelo, portanto estes lances também devem estar sujeitos ao famoso protocolo que rege o VAR.

Enfim Jorge Jesus tem as suas razões, mas o teste do algodão é já na próxima 6ª feira.

Comentários