Não atirar a toalha ao chão

O Sporting fez a sua melhor exibição da época no que diz respeito aos clássicos, mas perdeu um jogo que tinha que ganhar, pelo que a 9 jornadas do fim ficou afastado da corrida pelo título, que agora dificilmente escapará ao FC Porto.

Foi um jogo mais aberto do que os outros três disputados entre estas duas equipas nesta temporada, com períodos de domínio alternado, muitas oportunidades de golo, pelo que a eficácia no momento do remate acabou por fazer a diferença.

O Porto marcou num período em que estava por cima, com um golo inaceitável que surgiu na segunda vaga de um canto, com 8 jogadores do Sporting contra 5 do Porto, na chamada zona do barulho, que mesmo assim conseguiram deixar 3 portistas em boa posição para fazerem o remate fatal.

Depois a sorte que pareceu proteger Jorge Jesus quando o treinador foi forçado a fazer uma substituição e apostou em Rafael Leão, mudou-se para o lado contrário com o golo de Brahimi a surgir muito cedo e a resposta do Sporting a falhar em termos de eficácia e como a bola não quis entrar, foi o Porto que acabou por ganhar um jogo que o Sporting não merecia perder.

Como teria sido com Gelson Martins em campo, esta é uma questão que ficará para sempre por responder, mas a verdade é que Bryan Ruiz que até fez o passe para o golo do Sporting realizando uma exibição globalmente positiva, é um jogador pouco agressivo, e que ainda por cima nos golos do Porto apareceu sempre atrasado, tal como Stefan Ristovski que também não ficou bem na fotografia nessas jogadas.

O campeonato está perdido, mas o 2º lugar continua a ser muito importante e ainda há a Liga Europa e mais um jogo com o FC Porto para a equipa mostrar o que vale, pelo que Jorge Jesus tem toda a razão quando diz que não vai atirar a toalha ao chão. Fico à espera da resposta, não só no campo, mas também nas bancadas, numa altura em que é preciso apoiar, mas também há que perceber que a equipa tem de fazer por isso.

Quanto aos casos do jogo tenho de dizer que o lance mais polémico é um daqueles em que qualquer decisão do árbitro seria sempre aceitável e discutível. João Pinheiro considerou penalti e alertou Soares Dias, mas este manteve a sua decisão. É indiscutível que Dalot não joga a bola e toca em Seydou Doumbia, da mesma forma que se percebe que o marfinense podia ter continuado mas tentou sacar o penalti. De uma coisa eu tenho praticamente a certeza, tivesse sido na outra área era bola para o buraco e ponto final.

Finalmente a confusão com os socorristas, ou lá o que eram aqueles artistas, gente que estava ali a trabalhar e naturalmente a ganhar dinheiro para desempenhar o seu papel, que obviamente não é o de interferir com a acção dos jogadores, que foi o que um deles resolveu fazer escondendo a bola de Fábio Coentrão que o empurrou, sendo de seguida empurrado por outro, numa atitude inaceitável para quem está ali supostamente para socorrer e nunca para armar e ampliar confusões.

Imaginemos que o árbitro mostra o amarelo que Fábio Coentrão devia ter levado de acordo com o que está regulamentado para estes casos e que acaba expulso, pois até podia já ter um cartão. Uma brincadeira destas pode ter um peso importante no desenrolar de um jogo, ou mesmo de uma campeonato, o que até já aconteceu no famoso caso do "túnel da luz".

Portanto os referidos artistas até podem ser os melhores socorristas do país, detentores de várias medalhas de mérito, mas ontem tiveram comportamentos profissionalmente inaceitáveis que podiam ter dado aso a um problema muito complicado, pelo que devem ser punidos, embora de acordo com o que já ouvi por aí, o mau da fita seja como de costume o Fábio Coentrão.

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